quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Brasileiro aposta em marketing e venda de camisetas de badminton para se livrar do “chororô olímpico”

Publicado em 05/01/2012 às 09h00

Bronze no Pan de Guadalajara, Daniel Paiola já começa a ter resultados com a iniciativa.

Carolina Canossa, do R7


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Divulgação/Assessoria Daniel Paiola
Tomaz, Daniel e Ettore com as camisetas
que divulgam o feito de Paiola no Pan de Guadalajara

O discurso é sempre o mesmo: só se pensa em futebol no Brasil, enquanto atletas de outras modalidades possuem pouco ou nenhum apoio para brilhar. A frase não deixa de ser verdadeira, mas enquanto muitos permanecem apenas choramingando, há que trabalhe duro para tentar reverter a situação e, ao menos, fazer seu trabalho ser divulgado.

Atualmente o caso mais emblemático do país é o de Daniel Paiola. Talvez você nunca tenha ouvido falar dele ou apenas se lembre vagamente do rapaz que fez história em Guadalajara 2011 ao levar a medalha de bronze, a primeira individual do badminton brasileiro na história dos Jogos Pan-Americanos. Ciente do fato de ter escolhido um esporte pequeno no país, ele aposta fortemente no marketing para aparecer.


O site de Paiola (www.danielpaiola.com) é um dos mais completos do esporte olímpico brasileiro, com notícias atualizadas, vídeos, fotos e até venda de camiseta comemorativa ao bom resultado no México. Quem cuida de tudo é o irmão mais velho de Daniel, Ettore, e o primo de ambos, Tomaz.

Com senso de planejamento, oportunidade e vontade, eles já começam a ter resultados, garante Ettore:

- Não é porque o esporte é pequeno no Brasil que precisamos tratá-lo como pequeno. Fazemos tudo com profissionalismo e já colhemos alguns frutos legais, como o retorno de crianças praticantes no Nordeste, gente que nós nem imaginávamos. Construímos a marca Daniel Paiola e ainda queremos fazer muita coisa.

Criado em maio, o site teve seu pico durante o Pan, com cerca de 600 acessos diários, mas atualmente consegue manter uma média de 200 quando Paiola está disputando alguma competição. A pré-venda das camisetas conseguiu comercializar 20 unidades a R$ 69,90 cada, valor suficiente para que se fossem pagos os custos de produção, feita na confecção de um amigo:

- A ideia era mostrar força para o pessoal, mostrar que a gente consegue retorno. Isso trazer uma certa credibilidade. (A camiseta) é uma coisa simples, não era para ganhar dinheiro, só para se pagar e fazer uma farra mesmo. Colocamos em pré-venda no tempo que elas estavam sendo produzidas e para não deixarmos passar o momento do Pan e vendemos um terço do que produzimos. Se não vendermos tudo, vamos fazer sorteios, promoções. É uma forma de atrair atenção.


De acordo com Ettore, até estrangeiros se interessaram pela camiseta, que serão levadas e vendidas na próxima viagem de Daniel para o exterior. O trio também fez um cálculo do preço do tempo de mídia que o atleta conseguiu desde então e chegaram ao valor de R$ 6 milhões. Com treinos e viagens bancados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e pela Confederação da modalidade, Daniel contabiliza outros bons resultados:

- Ainda não tenho patrocínio porque estou viajando muito, mas já consegui contatos melhores do que o que eu tinha sem o site.


Se no campo dos negócios, tudo vai bem, nas quadras Daniel tentará dar o maior passo de sua carreira no badminton este ano, com a classificação para a Olimpíada de Londres. As vagas serão distribuídas de acordo com o ranking mundial de 3 de maio e Daniel calcula que, se estiver entre os 80 melhores do mundo, conseguirá se tornar o primeiro brasileiro a disputar o badminton na história da Olimpíada – atualmente, ele está na 83ª posição:

- Estou animado, tenho grandes chances de estar lá. Meu auge, quando decidi jogar há quatro anos, foi com a ideia de ir para a Olimpíada. Estou obstinado e gostaria de ir para Londres para ter essa experiência e conseguir uma medalha no Rio 2016. Não dá para falar que eu vou conseguir medalha agora, tenho que ter os pés no chão, mas o auge de um jogador de badminton é entre os 27, 30 anos, idade que eu terei lá no Rio.

A Rede Record mostrará a Olimpíada de Londres 2012 com exclusividade na TV aberta brasileira, e também pela internet, por meio do R7. A Record detém ainda os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e da Olimpíada do Rio de Janeiro 2016.

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Em 2012, Daniel Paiola quer se tornar o primeiro brasileiro
 a disputar o badminton na história da Olimpíada.
Para o Rio 2016, o sonho é disputar uma medalha...
Fonte: R7.com

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